Policiais militares viram réus por chacina em Quiterianópolis, no interior do Ceará

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Quatro policiais militares viraram réus por participação na chacina de Quiterianópolis, no interior do Ceará. A decisão foi publicada pela Vara Única Criminal de Tauá nesta sexta-feira (12), ao aceitar a denúncia do Ministério Público do Ceará contra eles.

A defesa dos acusados não foi encontrada para comentar sobre o caso.

A matança ocorreu no dia 18 de outubro do ano passado, em uma residência no Centro de Quiterianópolis, e deixou cinco mortos. As vítimas foram identificadas como José Reinaque Rodrigues de Andrade, 31; Irineu Simão do Nascimento, 25; Antônio Leonardo Oliveira, 19; Etivaldo Silva Gomes, 23; e Gionnar Coelho Loiola, 31. Um jovem sobreviveu ao atentado.

Cinco pessoas foram assassinadas em chacina na cidade de Quiterianópolis, no Ceará — Foto: TV Verdes Mares/Reprodução
Cinco pessoas foram assassinadas em chacina na cidade de Quiterianópolis, no Ceará — Foto: TV Verdes Mares/Reprodução

Os juízes do colegiado da Vara de Tauá aceitaram a denúncia contra o tenente Charles Jones Lemos Júnior, o cabo Francisco Fabrício Paiva, o soldado Dian Carlos Pontes Carvalho e o sargento Cícero Araújo Veras. Todos eles são lotados no Comando Tático Rural (Cotar).

Os juízes converteram as prisões temporárias em preventivas dos três primeiros e decretaram a preventiva do último. Os magistrados consideraram a gravidade do caso, pela quantidade de vítimas; o uso de armas de grosso calibre; a utilização de armas, munição e veículos da Polícia Militar; e a preservação das testemunhas da chacina.

“Os denunciados valeram-se de suas posições como agentes públicos para a preparação e para a instrumentalização da prática criminosa, o que pode ter continuidade, inclusive, com influência sobre testemunhas e com apagamento de eventuais provas”, escreveram na decisão.

 

Policiais foram reconhecidos

Para dar base aos pedidos, a Justiça ressaltou que há indícios suficientes de autoria e, conforme testemunhas do crime, o tenente Charles, o cabo Fabrício e o soldado Dian estariam em um veículo, que foi gravado por câmeras de segurança.

As investigações descobriram que as munições utilizadas no local do crime haviam sido utilizadas no Curso de Operações Táticas Rurais (Cotar), da Academia Estadual de Segurança Pública (Aesp). Conforme a decisão, tanto o soldado Dian quanto o tenente Charles constam como instrutores desse curso.

Além disso, os magistrados acrescentam que perícia realizada na arma apreendida na casa do tenente Charles concluiu que a munição usada na chacina partiu do armamento.

Fonte: Portal G1