Açudes dobram sua capacidade no mês de abril

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Quando março findava, apesar das chuvas 15,4% acima da média para aquele mês, o aporte nos açudes estava muito aquém do desejado. Àquela altura, o aporte era de 918,01 milhões de metros cúbicos (m³), e os açudes somados tinham 2,62 bilhões de m³, perfazendo 14,07% da capacidade total. Com o solo molhado dos dois primeiros meses de quadra chuvosa, as chuvas de 18 dias de abril foram responsáveis por mais que dobrar o aporte total do ano nos açudes: um aumento de 123%, fazendo com que o aporte chegasse a 2.050,10 mi m³ – superando o aporte de período similar de 2018, que era de 2.026,87 mi m³.

A capacidade total dos açudes também aumentou, chegando a 3,49 bi m³. Os 155 açudes cearenses monitorados pela Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh) estão com 18,76% da capacidade – um acréscimo de quatro pontos percentuais em 18 dias. Todos os dados foram obtidos a partir de números do Portal Hidrológico do Ceará.

Ao longo do ano, o maior aporte foi registrado no açude Araras, na bacia hidrográfica do Acaraú, que aportou 282,26 mi m³. O reservatório é atualmente o que tem o maior volume de água em termos absolutos do Ceará, comportando 428,63 mi m³ – 49,87% da capacidade total.

O Castanhão foi o reservatório que registrou o segundo maior aporte, de 133,61 mi m³. Ainda assim, o açude está apenas com 344,79 mi m³, que é 5,15% de seu volume total. Na última terça-feira, 16, foi publicada no Diário Oficial do Estado, resolução que reduz de 5 a 3,5 m³ por segundo a vazão do açude Castanhão. A água será para a perenização do rio Jaguaribe, e não haverá transferência de água para Fortaleza e Região Metropolitana.

O abastecimento da Capital e região deverá ficar a cargo de açudes da bacia Metropolitana – atualmente com 51,49% da capacidade. Dos 22 açudes que compõem a bacia, oito estão com 100% da capacidade, entre eles o Gavião, em Pacatuba, e o Batente, em Ocara.

Atualmente, são 32 açudes sangrando, além de 36 com volume acima de 90%. Na outra ponta, seis açudes estão secos – quando a água está em quantidade mínima e não tem possibilidade de uso -, e outro 21 estão em volume morto — o que acontece quando só com bombas flutuantes é possível captar os metros cúbicos do que resta de água. Além disso, 78 açudes com volume abaixo de 30%.

Em relação às chuvas, abril atingiu, no dia 18, 137,3 milímetros de média no Estado – ainda 27% abaixo da média histórica para o período que é de 188 mm. Destaques para as médias de Moraújo (533 mm), Barroquinha (443,3 mm), ambas no Litoral Norte, e Paraipaba (427,2 mm), no Litoral do Pecém.

Fonte: O POVO