O ataque à escola Aquarela, em Saudades (SC), foi premeditado, segundo investigações da Polícia. O suspeito, de 18 anos, teria rondado e analisado o local na última segunda-feira (3), um dia antes do crime que deixou cinco mortos e um ferido na creche. As informações são do portal UOL.
Três crianças de pouco mais de um ano, uma agente educativa e uma professora foram mortas a facadas na ação criminosa. Conforme o proprietário de uma oficina de motos próxima à escola, o suspeito também teria usado rojões atados ao corpo e se trancou no banheiro depois da ofensiva.
Conforme o delegado Jerônimo Marçal, responsável pela investigação do ataque, há “elementos concretos” que indicam um planejamento da ação criminosa. “Há muitos meses ele já vinha planejando praticar algum crime semelhante que ele praticou, segundo relato das testemunhas. Não exatamente nesse local, mas algum atentado nesse sentido”, indica.
Para o delegado, a escolha do jovem para atacar a escola foi motivada por “vulnerabilidades” que teriam sido identificadas pelo autor da ação. O local tinha facilidade de acesso, e o suspeito não iria encontrar “resistência muito forte”, já que lá havia professoras e crianças.
“Eu acredito que seja por isso e também porque outras escolas estavam com aulas não presenciais, não tinha muitas opções”, avalia o delegado, denotando que o homem teve “covardia” ao cometer o crime.
O juiz Caio Lemgruber Taborda, da Comarca de Pinhalzinho (SC), acatou, nessa quarta-feira (5), pedido do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) e decretou prisão preventiva do autor do crime. O suspeito estava sedado em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em hospital de Chapecó (SC) em estado grave, conforme boletim médico divulgado na tarde de quarta.
AÇÃO DO SUSPEITO
O jovem, antes de entrar na escola, chegou a ir para o trabalho. Por volta das 9h30, ele foi para o intervalo e não retornou.
Apesar de a motivação para o crime permanecer desconhecida, a Polícia suspeita que o homem possa ter tido inspiração em outros crimes, como o ataque à escola Raul Brasil, ocorrido em 2019 em Suzano (SP).
“Nós temos muitas hipóteses, é muito complexo. A gente vê que ele tem um histórico complicado, uma dificuldade de relacionamento, de interagir, e isso transformou em um rapaz meio problemático que teve uma ideia, uma inspiração de alguma coisa, que a gente vai ainda verificar ao analisar o computador que foi apreendido”.
As autoridades policiais não descartam a participação de outras pessoas na ação criminosa, embora considerem a hipótese remota. Os agentes, segundo o delegado, ainda começarão a analisar os equipamentos eletrônicos do suspeito em busca de algum indício de participação.