Um ano de Covid-19: Saiba o que mudou no enfrentamento da pandemia no Brasil

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Um dia após ultrapassar a marca de 250 mil mortespela Covid-19, o Brasil completa nesta sexta-feira, 26, um ano do primeiro caso confirmado da doença no país. O primeiro registro de contaminação pelo coronavírus aconteceu na cidade de São Paulo, envolvendo um homem, de 61 anos, recém-chegado de uma viagem à Lombardia, na Itália. Na época, a região italiana enfrentava avanços significativos do coronavírus, sendo o foco das contaminações na Europa, com 300 casos confirmados. Depois do primeiro registro, novas contaminações foram confirmadas nos dias seguintes, assim como o aumento gradual da transmissão da doença. Em um ano, mais de 10 milhões de pessoas foram infectadas pelo Sars-CoV-2 no país e 251.498 brasileiros morreram em decorrência da infecção. Medidas de isolamento foram adotadas, flexibilizadas e reestabelecidas; o uso da máscara de proteção, antes não recomendado pela própria Organização Mundial da Saúde (OMS), se tornou obrigatório; inúmeros remédios e tratamentos foram testados —  sem sucesso —  para a prevenção à doença. Em 365 dias, enfrentamos duas ondas da pandemia, confirmamos a incidência de três novas cepas do vírus no Brasil e atingimos, segundo algumas autoridades, o pior momento de transmissão da doença. Nesse contexto, a Jovem Pan conversou com especialistas em saúde para entender as mudanças nos protocolos sanitários e nas formas de enfrentamento à pandemia no Brasil ao longo do último ano.

Quarentena

Um dos primeiros protocolos contra a crise sanitária que se alastrava no Brasil —  e no mundo —  foi o surgimento das medidas de restrição, que incluíram a adoção de uma quarentena no país. Dos cinemas às universidades, todos segmentos tiveram as atividades brutalmente interrompidas por um longo tempo. Essa situação se prolongou até meados de julho, quando os primeiros Estados começaram a adotar planos de flexibilização e reabertura das atividades econômicas, severamente afetadas pela pandemia. Entre relaxamentos e novas restrições, shoppings foram reabertos, bares e restaurantes voltaram com atendimento ao público, cinemas lançaram novos filmes e cogitaram até a volta dos torcedores aos estádios – o que não aconteceu. Apesar do alívio econômico, a reabertura gradual também trouxe o relaxamento das medidas sanitárias e muitos impactos: praias lotadas, festas clandestinas, comércios de rua e bares com aglomerações e concentração de pessoas.

Como resultado, um ano depois, a situação pandêmica mudou pouco e a quarentena se mostra ainda mais necessária. Em meio ao crescente avanço do coronavírus pelo Brasil, com a já confirmada segunda onda de infecções, autoridades sanitárias e comitês de saúde continuam reforçando a importância do isolamento social para diminuir a transmissão do vírus e, consequentemente, o aumento de casos, internações e óbitos pela Covid-19. Estados como São Paulo, Bahia, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Goiás, Paraíba, Ceará e Piauí possuem cidades que adotaram a volta de medidas restritivas, como lockdown e toques de recolher noturnos. Com novas cepas, baixos índices de isolamento e aumento de casos, autoridades reforçam que a quarentena ainda não acabou. “O que temos que discutir não é se as regras de isolamento valem, elas são super importantes e têm uma eficácia fantástica. O problema é que somente as atividades regulares, como o comércio, bares e restaurantes, conseguem ser fiscalizados, a clandestinidade, não. Não adianta questionar que não vale a pena fazer restrição, lockdown, toque de recolher, isso funciona. O problema é conseguir atingir pessoas que estão fazendo atividades clandestinas”, explica Alexandre Naime Barbosa, chefe de infectologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp), citando os desafios para a manutenção das medidas de isolamento um ano após o começo da pandemia.

Fonte: Jovem Pan