Reservatórios do Ceará alcançam 50% da capacidade após quase 11 anos

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Chegou a 50% o acumulado hídrico nos reservatórios do Ceará. A última vez que o Estado registrou esse número foi há quase 11 anos, em 1º de janeiro de 2012. A boa notícia é resultado de chuvas acima da média em todo o Ceará, que aumentaram o nível dos reservatórios e ajudaram a recuperar o volume de açudes em regiões que vinham sofrendo com os anos seguidos de baixas reservas hídricas.

Com base em dados da Cogerh, consultados pelo OPINIÃO CE na manhã desta segunda-feira, 1º, o Estado tem 67 reservatórios sangrando, outros 14 acima dos 90% e 30 abaixo de 30% de recarga. Em igual período de 2022, a reserva era de 36,4%, com 37 barragens vertendo e outras 6 acima dos 90%. Um total de 59 açudes estavam abaixo dos 30%. De acordo com a classificação da Cogerh, ao atingir o patamar de 50%, o Ceará passa para à situação “confortável”. O secretário dos Recursos Hídricos, Robério Monteiro, avalia a situação como histórica, mas requer cautela.

“Após uma sequência de anos de seca, onde a gestão hídrica do Ceará precisou realizar um trabalho minucioso para que todos os municípios continuassem sendo abastecimentos, ter dois anos seguidos de bons aportes é de se agradecer muito. O ano de 2023 diversos atingiu números que a muitos anos não se comemoravam. Mas, precisamos ter parcimônia pois o Ceará é um Estado irregular na distribuição de chuvas, e essa água deve ser armazenada para garantir os anos seguintes”.

O cenário é positivo, entretanto, deve ser levada em consideração a situação diferenciada nas Bacias Hidrográficas. As regiões do Curu, Médio Jaguaribe e Sertão de Crateús, por exemplo, acumulam reservas na casa dos 30%. Já Acaraú, Litoral, Bacias metropolitanas e Coreaú estão em situação “muito confortável”, com reservas acima de 70%.

As boas chuvas que caíram no Estado ajudaram a encher reservatórios que não enchiam há mais de uma década. Foi o caso dos açudes Quixeramobim, São José III, em Ipaporanga, Desterro, em Caridade e Vieirao, em Boa Viagem, só para citar alguns exemplos. Do início do ano de 2023 até o momento, 70 açudes cearenses já sangraram. O diretor de Planejamento da Cogerh, João Lúcio Farias, analisa que o cenário é melhor, se comparado a anos anteriores, e reforça a necessidade de continuar economizando água, “devido ao clima semiárido ao qual o estado está inserido”, explicou.