A nova diretriz europeia de manejo da hipertensão arterial trouxe mudanças importantes na classificação da pressão arterial considerada normal. O tradicional 120 por 80 mmHg (conhecido popularmente como 12 por 8) deu lugar a um novo parâmetro: 120 por 70 mmHg (12 por 7). A atualização é baseada em estudos que apontam maior predisposição a complicações cardiovasculares a partir de um nível de 115 por 70 mmHg, sugerindo que a redução pode oferecer mais segurança. Embora a diretriz seja voltada para médicos europeus, a nova abordagem já começa a ser adotada em consultórios no Brasil.
Além da mudança no que é considerado pressão normal, o documento também introduz uma nova categoria: “pressão arterial elevada”, que abrange os pacientes com valores entre 120 por 70 mmHg e 139 por 89 mmHg. Essa faixa de pressão, anteriormente vista como normal (o famoso 12 por 8), agora requer um acompanhamento mais rigoroso por parte dos profissionais de saúde.
De acordo com a nova diretriz, a classificação de pressão arterial para adultos a partir dos 20 anos é a seguinte:
Pressão arterial não elevada: abaixo de 120 por 70 mmHg
Pressão arterial elevada: entre 120 por 70 mmHg e 139 por 89 mmHg
Hipertensão arterial: maior ou igual a 140 por 90 mmHg
A nova medida destaca a necessidade de atenção redobrada para pacientes com pressão arterial elevada, que, apesar de ainda não serem considerados hipertensos, estão mais suscetíveis a desenvolver problemas cardiovasculares se não forem monitorados de perto.
Segundo o cardiologista Fábio Argenta, membro do Comitê de Comunicação da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), a classificação é válida para adultos a partir dos 20 anos. “Antes disso, existe uma outra avaliação, que leva em consideração idade, sexo e altura do paciente”, explica Argenta.
A adoção dessas novas diretrizes na prática clínica no Brasil pode ajudar na prevenção e no tratamento precoce da hipertensão arterial, uma das principais causas de doenças cardiovasculares, infarto e AVC no país. Essa mudança também pode alterar a forma como muitos brasileiros percebem sua saúde cardiovascular, já que o 12 por 8, antes considerado ideal, agora é visto como um sinal de alerta para acompanhamento mais cuidadoso.