O rompimento político entre o senador Cid Gomes (PSB) e o governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), evidencia divergências que vinham se acumulando na aliança entre PT e PSB no estado. A situação se agravou com a escolha do deputado estadual Fernando Santana (PT) para presidir a Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), sem a consulta de Cid, segundo fontes. A deputada estadual Lia Gomes (PDT), irmã de Cid, confirmou o descontentamento do senador com a centralização das decisões no PT, destacando que a nomeação de Fernando Santana foi “apenas mais um fato” que intensificou a crise. “Ele [Cid] não se sente mais parte do grupo”, afirmou Lia, indicando o afastamento do senador da base governista.
Por outro lado, o ministro da Educação, Camilo Santana (PT), tentou minimizar o impacto, alegando que divergências são comuns em alianças políticas e sugeriu o diálogo como solução. Ele ainda reforçou seu apoio a Cid, declarando: “Cid é meu candidato ao Senado em 2026.”
Esse rompimento ocorre em um momento crucial para a política cearense. A aliança formada por Cid, Camilo e Elmano foi fundamental para o PSB eleger a maioria dos prefeitos nas últimas eleições municipais, com 65 prefeituras sob seu comando. Já o PT governa Fortaleza e outras 46 cidades, consolidando-se como a força majoritária no estado.
Entretanto, o futuro dessa coalizão é incerto. Cid Gomes já começou a negociar sua saída do PSB, conforme divulgado, e pretende se filiar ao Podemos. Na segunda-feira (18), uma reunião será realizada para oficializar sua saída. Cid já teria telefonado para vários deputados federais e estaduais, além de prefeitos, para tratar do novo cenário político. Entre os parlamentares que devem seguir Cid estão os deputados federais Eduardo Bismark e Robério Monteiro e os deputados estaduais Guilherme Landim, Lia Gomes, Marcos Sobreira e Sérgio Aguiar.
O movimento de Cid pode gerar uma reconfiguração política significativa no Ceará, abrindo um novo capítulo de alianças e disputas para as próximas eleições.