O MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) apura uma possível vinculação do contraventor Rogério de Andrade com a morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
A linha de investigação foi revelada por promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especializado contra o Crime Organizado) durante a coletiva de imprensa sobre a Operação Calígula nesta terça-feira (10).
A ação teve como alvos o sobrinho de Castor de Andrade e o acusado pela morte da vereadora, Ronnie Lessa, em relação à atuação deles na exploração de jogos de azar.
“Há várias linhas sendo investigadas. Essa é uma das linhas também. Não temos elementos para confirmar. Se houvesse elementos para dizer que sim, ele estaria, hoje, sendo denunciado como mandante por uma série de crimes”, afirmou o promotor Diogo Erthal.
Segundo o MP, a relação entre ambos é antiga. Lessa era segurança do contraventor em 2009, quando sofreu um atentado que levou à amputação de uma de suas pernas. Eles se reaproximaram em abril de 2018, após o assassinato de Marielle e Anderson.
A denúncia do Ministério Público revelou também que Rogério de Andrade e Ronnie Lessa firmaram uma parceria na instalação de uma casa de apostas na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, em junho do mesmo ano, e tinham planos de expandir o empreendimento.
Durante a coletiva, o Gaeco confirmou ainda que houve vazamento de informações da operação Calígula. A decisão da Justiça, que determinou a prisão do delegado Marcos Cipriano, foi encontrada na casa dele.
“Encontramos, sim, a cópia. Isso indica, claro, vazamento. E vai ser apurado no momento oportuno, nas instâncias cabíveis”, disse o promotor Bruno Gangoni.
Conforme as investigações, Marcos Cipriano é apontado como intermediador da organização criminosa de Rogério de Andrade, sendo responsável por viabilizar uma conversa com a então delegada titular da 16ª DP (Barra da Tijuca), Adriana Belém, em 2018, para liberação de máquinas de caça-níqueis apreendidas, após envio de caminhões por parte de Ronnie Lessa.
Denunciada inicialmente por corrupção passiva, Adriana Belém foi autuada e detida por indícios de lavagem de dinheiro, após ter sido flagrada com R$ 1,8 milhão dentro de uma mala em sua residência.
Ao todo, o MP denunciou 30 pessoas à Justiça em documentos divididos em quatro partes, ao passo que cumpriu 14 mandados de prisão. Entre os foragidos estão Rogério de Andrade e o filho dele.
Neste ensejo, o órgão obteve ainda uma decisão judicial para tirar do ar o sistema do jogo do bicho comandado pela família Andrade em todo o Brasil.
Com informações da Redação