Governo muda regras de eficiência, e geladeiras podem subir para R$ 5 mil

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Foto: Dênio Simões/Agência Brasília

O Ministério de Minas e Energia anunciou uma resolução que intensificará as normas de eficiência energética para geladeiras e congeladores de uso doméstico no Brasil. Publicada na última sexta-feira (8/12), a medida visa reduzir as emissões de gases de efeito estufa e promover eletrodomésticos mais eficientes. Contudo, a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) alerta para o possível aumento de preços, impactando diretamente os consumidores.

A resolução estabelece que, a partir do próximo dia 31, apenas refrigeradores que possuam um índice máximo de 85,5% do consumo padrão de energia poderão ser fabricados e importados. Produtos já produzidos e importados até essa data-limite poderão ser comercializados até o final de 2024. A partir de 31 de dezembro de 2025, varejistas e atacadistas não poderão mais vender modelos com eficiência energética acima desse patamar.

O índice mencionado representa a eficiência energética, sendo que quanto menor, melhor. Este indicador é calculado em relação a um valor padrão, que varia de acordo com o modelo, levando em consideração fatores como o volume dos compartimentos do refrigerador.

A segunda etapa das mudanças, que entrará em vigor até o fim de 2027, estabelece um teto de eficiência energética de 90%. Embora superior à primeira etapa, fabricantes e especialistas afirmam que as regras de performance serão mais rigorosas a partir de 2026, representando um desafio adicional para a indústria.

Por outro lado, a Eletros, entidade que representa o setor, expressa preocupação com o possível impacto nas camadas mais vulneráveis da população. Jorge Nascimento, presidente-executivo da associação, argumenta que as geladeiras mais acessíveis podem sair do mercado, elevando o preço mínimo do produto para mais de R$ 5.000. Ele ressalta que a mudança pode elitizar o setor, dificultando o acesso da população de renda mais baixa a eletrodomésticos essenciais.

Dados recentes da Eletros indicam que 2023 será um ano desafiador para o setor de linha branca, que inclui geladeiras, fogões e máquinas de lavar. A entidade projeta vendas abaixo de 13 milhões de unidades, atribuindo o cenário adverso a fatores como os impactos econômicos da pandemia, aumento nos custos de insumos e logística, além de questões macroeconômicas.