A dois dias do segundo turno das eleições, o último debate entre os candidatos à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) foi marcado por momentos de tensão entre os postulantes ao Palácio do Planalto. O confronto, ocorrido na noite desta sexta-feira (28), foi promovido pela TV Globo e mediado pelo apresentador William Bonner.
Foram diversas as trocas de ataques entre os candidatos, durante perguntas e respostas sobre temáticas como corrupção, criação de emprego, a pandemia de Covid-19 e insegurança alimentar. Além de citação de casos específicos como os julgamentos de Lula na Justiça, a compra de Viagra pelas Forças Armadas e, mais recentemente, os tiros disparados por Roberto Jefferson (PTB) contra a Polícia Federal.
Em discussão sobre o salário mínimo e outros direitos trabalhistas, o atual chefe do Executivo acusou a campanha do petista de produzir fake news para dizer que ele acabaria com o 13º salário, as férias e as horas extras dos trabalhadores. “Nós concedemos reajuste ao salário mínimo no mínimo pela inflação”, afirmou Bolsonaro, sobre um dos principais desgastes de sua campanha na última semana. No oportunidade, o atual presidente culpou a pandemia e a guerra da Ucrânia pelo fato de não ter concedido mais benefícios – e prometeu um salário mínimo de R$ 1,4 mil caso eleito.
Lula evitou responder pelos materiais divulgados pela campanha, chegando a afirmar que não assiste televisão porque está “nas ruas”, e se limitou a dizer que Bolsonaro é “mentiroso”.
Em clima tenso, o petista ironizou as falas do oponente em diversos momento. “Sugiro que a Globo dê uma água para ele no intervalo”, disse. “Será que vou ter que dar uma exorcizada em você”, retrucou o candidato do PL.
Durante o evento, Bolsonaro defendeu a medida aprovada durante sua gestão para redução dos combustíveis e acusou os partidos de esquerda de terem votado contra a medida. “Nós não demos canetada para baixar preço dos combustíveis como eles faziam no passado”, provocou Bolsonaro, ao citar o alto endividamento da Petrobras durante as gestões PT.
Em resposta, Lula acusou o adversário de ter reduzido o ICMS dos estados sobre combustíveis “por covardia”. Ele disse que Bolsonaro não teve coragem de “dar uma canetada” nos preços das estatais por medo dos acionistas. “Ele poderia ter feito isso reduzido preços dos combustíveis sem quebrar os Estados”, disse.
Ao serem questionados sobre saúde, Lula indagou Bolsonaro sobre a vacinação contra a Covid-19 no País e a gestão durante a pandemia.
Bolsonaro afirmou que comprou 500 milhões de dólares em vacinas e voltou a falar sobre corrupção, alegando que seu governo equipou unidades de saúde pelo País.
No tocante à economia, o chefe do Executivo ainda acrescentou que o fortalecimento da renda será um dos principais pontos de uma possível nova gestão. Conforme Bolsonaro, o Brasil deve se tornar uma das melhores economia do mundo, superando o crescimento da China. “Estamos prontos para decolar, fazer do Brasil uma grande nação na economia”.
Lula, por sua vez, apontou que a forma de medir emprego foi modificada entre a gestão dele e a de Bolsonaro. “Eles mudaram a lógica da medição de emprego, colocaram o MEI (microempreendedor individual) como se fosse emprego. No meu tempo, era carteira profissional assinada”, defendeu.
O petista disse que pretende viajar para estreitar laços com outros países caso seja eleito. E disse que irá se reunir com governadores e prefeitos para estabelecer um programa de desenvolvimento para o País.
Com informações da Redação