Conselho aprova projeto de usina que pode derrubar internet no Brasil

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O Conselho Estadual do Meio Ambiente (Coema) aprovou, nesta quarta-feira (8/11), o projeto da usina de dessalinização de água do mar na Praia do Futuro, Fortaleza (CE). A deliberação teve 22 votos a favor da aprovação e 4 abstenções. A licença prévia do projeto deve ser publicada no Diário Oficial do Estado do Ceará em até 5 dias.

A discussão é alvo de polêmica desde o seu início. Isso acontece, por conta da estrutura estar localizada numa área próxima ao segundo maior hub internacional de cabos submarinos de fibra óptica. A principal queixa do setor de telecomunicações é que a operação da usina causaria instabilidade de transferência de dados, rompimento de cabos durante o bombeamento de água e alguns falavam até que isso poderia derrubar a internet no Brasil.

O projeto, no entanto, passou. Agora segue para apresentação à Superintendência do Patrimônio da União (SPU), para ter autorização de acesso à Praia do Futuro. É previsto que as obras, realizadas por meio de parceria público-privada com o consórcio de Águas de Fortaleza, comecem em março de 2024 e sejam concluídas até o primeiro semestre de 2026, com investimento de cerca de R$3,2 bi.

Segundo o Governo do Estado do Ceará, a usina deve aumentar em 12% o fornecimento de água potável em Fortaleza. A Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) afirma que a usina não oferece risco ao fornecimento de internet do país, até mesmo com alterações no projeto para não oferecer risco aos cabos submarinos na região.

O Governo do Estado do Ceará também informou que a obra “é estratégica para a diversificação da matriz hídrica do estado, visando garantir a segurança do abastecimento de água em Fortaleza”. Segundo o governo local, a previsão é de que a planta tenha capacidade para produzir mil litros de água por segundo e beneficie cerca de 720 mil pessoas.

A Praia do Futuro

No local onde a usina será instalada, 17 cabos conectam Brasil e Europa. Os cabos se ramificam até Rio de Janeiro e São Paulo e garantem internet para todo o país, sendo responsáveis por 99% do transporte de dados, segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Daí, a preocupação de um possível rompimento dessas conexões.

Ao portal G1, a Anatel explicou que se opôs ao projeto em setembro de 2022, mas que foi notificada de uma alteração (que aumentava a distância da usina de 40m para 567m dos cabos) e agora analisa a viabilidade e compatibilidade dos dois projetos.