Ceará chega a 26 açudes sangrando, segundo melhor nº em 20 anos para o período

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Açude Quandú em Itapipoca ganhou aporte máximo no último fim de semana.

Dos 157 açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do Ceará (Cogerh), 26 atingiram a capacidade máxima e se encontram sangrando nesta terça-feira (21). O cenário se dá pelas fortes chuvas registradas neste fim de semana em todo o Ceará.

Os melhores índices são encontrados nos reservatórios das regiões Norte, Sul e Litoral. O Sertão Central, que ainda inspira atenção, também recebeu bons aportes, fato que refletiu na sangria do açude São José I, em Boa Viagem, o primeiro da Bacia do Banabuiú a verter em 2023.

Os acumulados registrados na Bacia Hidrográfica do Litoral foram os mais expressivos dos últimos dias. Na região, já são cinco açudes monitorados estão sangrando: Mundaú, Gameleira, Quandú, São Pedro Timbaúba e Poço Verde. Em apenas uma semana, a reserva acumulada na bacia passou de 62% para 80%. O volume total no Estado é de 33,6%.

De acordo com o presidente da Cogerh, João Lúcio Farias, para que aconteçam aportes significativos é necessário que as chuvas ocorram de forma contínua e no local adequado.

No geral, o Ceará está com 34,2% de recarga nos 157 açudes monitorados. Em igual período de 2022, o percentual era de 24,6%. Em 2021, 24,9%; em 2020, 21,5%; em 2019, 18,8% e, em 2018, de apenas 8,4%. Ou seja, o Estado concentra, atualmente, a melhor recarga hídrica dos últimos cinco anos, pelo menos.

Bacias como a do Coreaú (86,2%), Acaraú (70,2%) e Metropolitanas (66,1%) contrastam com as regiões hidrográficas do Banabuiú (11,8%) e Sertões de Crateús (13,4%).

Monitoramento e Segurança dos Reservatórios

As barragens monitoradas pela Cogerh passam por duas inspeções: uma antes e outra após a quadra chuvosa. Enquanto a primeira aponta medidas a serem tomadas para evitar problemas na quadra, a segunda indica o que fazer para corrigir eventuais estragos causados pela água das chuvas. Os açudes não monitorados são de responsabilidade dos empreendedores, seja propriedade particular, prefeitura ou de associação. Em caso de rompimento ou iminente rompimento da barragem, a Defesa Civil deve ser acionada.