O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse nesta segunda-feira (16) que seu país não irá aprovar a entrada da Suécia e Finlândia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) — para que um novo integrante seja admitido no órgão internacional é preciso que todos os atuais membros concordem com o ingresso do país requerente.
Tradicionalmente neutros, os países do norte europeu – próximos geograficamente à Rússia – sinalizaram a intenção de integrar rapidamente a aliança militar do Ocidente após a invasão da Ucrânia pelas tropas de Vladimir Putin.
Cabe pontuar que o posicionamento de Erdogan não é uma surpresa, dada a sua proximidade com o governo de Vladimir Putin e seu histórico de oposição dentro da Aliança.
Oficialmente, o presidente turco critica os dois países nórdicos por receberem rebeldes curdos do PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão). Formada em 1978, o PKK é uma organização política armada considerada terrorista pela Turquia e por grande parte da comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos e a União Europeia.
“Na geografia da diáspora turca, a Suécia tem um lugar específico. Desde os anos 80, o país acolheu muitos refugiados políticos, muitos dos quais são suspeitos pela Turquia de serem militantes do PKK. Esta é uma longa disputa entre Estocolmo e Ancara”, diz Élise Massicard, especialista em sociologia política da Turquia contemporânea.
A Suécia e a Finlândia, por sua vez, anunciaram a intenção de enviar uma delegação de diplomatas para aparar arestas e tentar conseguir um acordo junto ao governo turco.
Com informações da Redação