Foto: José Leomar
A presidente do Conselho do Magazine Luiza, Luiza Trajano, disse nesta terça-feira (9), no lançamento do movimento “Unidos pela Vacina” que o propósito da ação não é adquirir vacinas, nem fazer doações para o governo nesse sentido.
“Não vamos sair comprando vacinas. O governo não precisa de dinheiro para comprar vacina. Se a necessidade fosse dinheiro seria mais fácil”, disse a executiva que lidera o movimento.
A mobilização trabalha com a meta de que todos os brasileiros sejam vacinados até setembro de 2021.
Ela disse que o movimento deve atuar, por exemplo, no transporte de vacinas, mas nunca na compra direta. Não há um montante em dinheiro separado pelo movimento para as ações de desentraves logísticos previstas.
Dentre os executivos que estão envolvidos na iniciativa, estão Paulo Kakinoff, da Gol, no braço de logística e Walter Schalka, da Suzano, na área voltada para interlocução na área de vacinas. Há ainda subgrupos voltados para viabilizar insumos e seringas.
Na interlocução com o governo federal está o presidente do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), Marcelo Silva. “Houve muita receptividade”, disse o executivo. Ele pontuou ainda que esse movimento não tem a ver com a iniciativa de empresários que se propuseram a comprar vacinas para funcionários.
Empresários
Para Luiza Trajano, os empresários que se mobilizaram no início do ano para compra de vacinas “tinham a melhor das boas intenções”. Ela afirmou que conversa com esses empresários e que alguns têm vindo para o movimento “Unidos pela Vacina”, capitaneado por ela. “É que nós já sabíamos desde o início que não era possível (comprar vacinas) e depois vimos que dinheiro não era o problema para o Governo”, disse.
Estima-se que mais de 400 pessoas estejam envolvidas no movimento e que cerca de metade são lideranças de grandes empresas, como a Gol, a Suzano, a Wolkswagen e a Duratex. Os demais são profissionais liberais, empresários de menor porte e entidades de setor e da organização civil, como o Rotary.
O movimento já tem atuação mais intensa na cidade do Rio de Janeiro e em uma cidade de Minas Gerais, chamada Nova Lima, escolhidas como piloto. “Já fizemos mapeamento das necessidades do Rio de Janeiro para uma vacinação em massa e estamos estruturando qual será a nossa contribuição. Em Nova Lima, a mesma coisa. As situações e dificuldades são absolutamente diferentes”, disse Betania Tanure, uma das lideranças do movimento.
Sputnik V
Trajano disse que o movimento se reuniu com responsáveis pela vacina Sputnik V. Ela afirmou que a conversa foi no sentido de ouvi-los e mostrar que o movimento acredita na vacina, que foi bastante questionada até então.
“Conseguimos ver os gargalos e tentar agilizar pontes entre governo, burocracia e tentar destravar. Ontem a gente escutou para ver onde estavam os problemas e depois a gente passa para o governo. Mas ele (o responsável pela Sputnik) disse que está recebendo muito apoio da área da Saúde”, disse a executiva.
Ela disse ainda que dentre as conversas que têm sido feitas para entender as necessidades para destravar a vacinação do país, já foi identificada uma fábrica que produz insumos como seringas. “Se precisar, a gente encomenda”, disse. Ela afirma, porém, que, em geral as questões são mais relativas a diálogos e construção de pontes.
Fonte: Diário do Nordeste