DEM e PSL aprovam fusão; novo partido se chamará União Brasil e deve alterar o panorama eleitoral para 2022

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As cúpulas de PSL e DEM realizam nesta quarta-feira (6), em Brasília, uma convenção coletiva para consolidar a junção entre as duas legendas. A fusão criará o União Brasil, partido que nascerá como um dos maiores do país e detentor da maior bancada na Câmara dos Deputados. A nova legenda também terá força nos cofres: será a dona das maiores verbas dos fundos eleitoral e partidário no próximo ano.

ACM Neto, atual presidente do DEM, deverá ser o secretário-geral da nova sigla. A presidência ficará com o deputado federal Luciano Bivar (PE), presidente nacional do PSL. O arranjo dará ao União Brasil uma cúpula 100% nordestina, algo ainda raro na política nacional.

A aliança, porém, não se dará sem problemas. O União Brasil não deverá contar com alguns dos membros atuais de DEM e PSL que são defensores da gestão do presidente Jair Bolsonaro e, mesmo entre os que permanecerão, divisões entre grupos governistas e oposicionistas tendem a ocorrer.

Uma das metas do novo partido mostra o conflito que ocorrerá em torno deste último aspecto. O União Brasil nascerá tendo entre seus objetivos lançar uma candidatura à Presidência da República nas eleições do próximo ano. Três nomes se apresentam: o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e o jornalista José Luiz Datena (PSL-SP).

Entre os nomes que não devem ingressar no União Brasil estão os deputados federais Carlos Jordy (RJ), Hélio Lopes (RJ) e o atual líder do PSL na Câmara, Vitor Hugo (GO) — além do filho do presidente da República, Eduardo Bolsonaro (SP). Neste ensejo, os integrantes do União Brasil querem atrair para a agremiação políticos que estão em outros partidos e insatisfeitos com suas condições atuais. Um dos nomes mais especulados é o do ex-governador paulista Geraldo Alckmin, que está em vias de deixar o PSDB. Ele pretende se candidatar novamente ao governo de São Paulo e tem negociações avançadas com o PSD para integrar a sigla do ex-ministro Gilberto Kassab, mas vê o União Brasil como uma alternativa.

Todavia, independentemente da disputa pelo Palácio do Planalto, o União Brasil também terá como um dos principais focos para 2022 no ano manter os governos estaduais sob o comando de DEM e PSL, e conquistar novas administrações. Hoje, são três os governadores das duas legendas: Ronaldo Caiado (DEM-GO), Mauro Mendes (DEM-MT) e Marcos Rocha (PSL-RO). Cabe enfatizar que todos os gestores estão em seus primeiros mandatos e, portanto, aptos para concorrer à reeleição.

Uma certeza do novo partido é que a agremiação não terá como número nem o tradicional 25 do DEM, presente desde os tempos de PFL, e nem o 17 que consagrou Bolsonaro em 2018. A numeração escolhida pela legenda é o 44. O número, até a eleição de 2018, era utilizado pelo PRP, que foi extinto em 2019.

Com informações da Reda