O Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), situado a cerca de 60 quilômetros de Fortaleza, enfrentou instabilidade na conexão à internet nesta quinta-feira (27) após ataques realizados pela facção criminosa Comando Vermelho. O incidente comprometeu a conectividade de aproximadamente 90% dos usuários na região, incluindo grandes empresas localizadas no complexo.
De acordo com informações apuradas pelo O Povo, o ataque foi direcionado a equipamentos de provedores de internet, o que resultou em dificuldades operacionais para diversas empresas do Cipp. Apesar disso, a Cipp SA, responsável pela administração do complexo, declarou que as operações portuárias continuam funcionando normalmente, embora tenham ocorrido falhas pontuais na internet.
Impactos econômicos e preocupação empresarial
Com um território de 19 mil hectares e mais de 80 empresas estratégicas em operação, o Complexo do Pecém é um dos principais polos de desenvolvimento econômico do Ceará, atraindo investimentos bilionários, especialmente na produção de hidrogênio verde. A região é fundamental para o crescimento econômico do estado, com R$ 30 bilhões investidos e 7,2 mil empregos gerados direta e indiretamente.
Entretanto, o recente ataque gerou preocupação entre empresários e investidores, que temem que a atuação do Comando Vermelho prejudique a reputação do ambiente de negócios no Cipp. Segundo fontes empresariais, há receio quanto ao impacto internacional das ações criminosas na imagem do complexo.
Empresas e serviços afetados
Devido à interrupção da internet, empresas relataram dificuldades operacionais, como a impossibilidade de emitir notas fiscais e o acesso restrito a sistemas externos essenciais para o funcionamento diário. A situação expôs a vulnerabilidade tecnológica da região e evidenciou a dependência das empresas em relação aos provedores locais.
Extorsão e ameaças aos provedores
Informações revelam que a facção Comando Vermelho estaria exigindo 50% do faturamento mensal dos provedores de internet como condição para permitir a continuidade do serviço. A recusa resultaria em ações violentas, como a destruição dos equipamentos. Esse cenário forçou os provedores a operarem sob constante ameaça e insegurança, afetando não apenas o setor de telecomunicações, mas também o funcionamento das grandes indústrias do complexo.