Equipes técnicas do Ministério da Saúde (MS) estão em Santa Quitéria, no interior do Ceará, para realizar um estudo epidemiológico sobre os possíveis efeitos da ingestão de água contaminada por urânio na saúde da população. A medida foi adotada após amostras de água coletadas no distrito de Trapiá revelarem concentrações de urânio acima do limite permitido. Os profissionais chegaram nesta quarta-feira (23) e permanecerão no município até a conclusão dos estudos.
De acordo com a Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa), das 15 amostras coletadas, 14 apresentaram níveis de urânio até sete vezes superiores ao limite de 0,03 mg/L, estabelecido como seguro para consumo. Apesar da contaminação, o Ministério da Saúde informou que, até o momento, não foram identificados casos clínicos ou epidemiológicos relacionados à exposição ao metal na comunidade local.
A presença de urânio na água é atribuída a fatores naturais, uma vez que o solo da região tem altas concentrações desse metal. Desde fevereiro deste ano, o Ministério da Saúde, em parceria com a Sesa, está monitorando a situação de exposição ambiental para prevenir possíveis danos à saúde.
Em resposta à situação, a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) inaugurou, nesta quarta-feira, uma nova adutora de água tratada em Trapiá. Com 16,2 km de extensão, a adutora beneficiará 1.255 moradores, representando um investimento de cerca de R$ 907 mil. A água, captada do açude Araras, em Varjota, passará por uma estação de tratamento que foi duplicada para atender à demanda crescente da região.
Além da adutora, melhorias nas instalações de abastecimento de água e a construção de uma nova estação elevatória foram realizadas, garantindo o bombeamento adequado da água tratada até os reservatórios de Trapiá. As medidas fazem parte de um pacote emergencial implementado pelo Governo do Ceará para garantir o acesso a água potável e segura, mitigando os riscos da contaminação por urânio.