Tudo na estaca zero. É, assim, o conflito entre os Estados do Piauí e do Ceará na disputa por mais de 2.874 km² de área localizadas, hoje, em 13 municípios das Regiões dos Sertões de Cratéus, Norte e Ibiapaba.
O novo impasse está no documento encaminhado pelo Exército, nessa sexta-feira (28), ao Supremo Tribunal Federal (STF).
O estudo, acompanhado de uma perícia em documentos e informações cartográficas, não apresentou um marco técnico que definisse, com clareza, a divisa entre os dois estados após o Governo do Piauí questionar os limites territoriais das terras reivindicadas.
Com a indefinição, tudo continua como está, ou seja, a Ibiapaba é do Ceará. Foram 9 meses de estudos e análises de 90 documentos cartográficos, incluindo mapas históricos, cartas e bases vetoriais produzidos entre os anos de 1760 e 2022.
No relatório, o Exército destaca que “não foi possível definir a localização exata da linha de divisa entre os dois Estados”.
O Exército fala, ainda, que foram analisadas “cinco possibilidades de divisas, cada uma com uma origem diferente, de forma a tentar abarcar o máximo de soluções possíveis para a resolução do litígio”.
O relatório observa que pode-se inferir que a linha de divisa foi representada na maior parte dos mapas não passando pelo divisor de águas da Serra da Ibiapaba, mas sim pela porção oeste da referida região.
Um dos questionamentos apresentados pelo Governo do Piauí indicava a Serra da Ibiapaba como o ponto correto da divisa entre os estados.
De acordo com o estudo, a porção leste seria piauiense, e a oeste, cearense. O Governo do Piauí reivindica uma área territorial que, segundo a ação movida junto ao STF, teria sido ocupada irregularmente pelo Ceará ao longo dos anos, sem qualquer marco regulatório de mudança de divisa.