Debate presidencial: confira os destaques do primeiro confronto do 2º turno entre os candidatos

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O primeiro debate do segundo turno entre os candidatos à Presidência da República foi ao ar na noite deste domingo (16), organizado por UOL, TV Bandeirantes, TV Cultura e Folha de São Paulo.

O encontro entre Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ocorreu a duas semanas da votação, marcada para o dia 30 de outubro. No primeiro turno, Lula e Bolsonaro receberam 48,43% e 43,2%, respectivamente, dos votos.

O debate foi marcado por uma série de ataques entre os dois candidatos, com acusações de mentiras de ambas as partes.

Questionado sobre quantas universidades e escolas técnicas foram entregues no seu governo, Bolsonaro escolheu falar sobre o Auxílio Brasil. “Com o Bolsa Família, eles recebiam muito pouco, chegaram a passar fome. Eu tinha vergonha do valor do Bolsa Família.”

“O nosso programa de inclusão social não era só o Bolsa Família. Tivemos na época a maior política de distribuição de renda que esse país já conheceu para o pobre”, justificou Lula, retomando a pergunta inicial. Bolsonaro respondeu que não havia cabimento abrir universidades em meio à pandemia, já que as instituições passaram dois anos paradas.

Sobre a pandemia, Lula questionou se Bolsonaro não se sente responsável pelas mortes de Covid-19 no Nordeste. Apontando os casos de corrupção na compra de vacinas e a demora para a compra de imunizantes, o ex-presidente apontou o dado de que o país teve 11% das mortes pela pandemia no mundo.

Bolsonaro, por sua vez, afirmou que não houve atraso na compra de vacinas e negou a existência de casos de corrupção nas negociações.

A tensão entre os candidatos ficou mais evidente durante as falas sobre a pandemia. “Não continue mentindo, pega mal até para a sua idade”, ironizou Bolsonaro. “Quem mente é você. Você é o rei da fake news, o rei da estupidez”, rebateu Lula.

Após Lula lamentar a morte de sua sogra pela Covid-19, Bolsonaro argumentou: “Fez discurso em cima do caixão da esposa e tá se comovendo pela sogra”.

Outro ponto de grande discussão entre os candidatos foi as obras de Transposição do Rio São Francisco. O presidente Bolsonaro afirmou que finalizou as obras, junto ao Ministério da Infraestrutura, e acusou Lula de “negar água para seus irmãos nordestinos”.

Em resposta, Lula apontou que boa parte do projeto de transposição foi concluída nos governos do PT. “Eu fiz 88% das obras, ele fez 3,5%”, disse.

Indagados pela jornalista Vera Magalhães sobre a separação entre os três poderes e a possível alteração na composição do Supremo Tribunal Federal, os candidatos deram respostas diferentes.

Lula se mostrou contrário a tentativas de interferência no STF e afirmou que os ministros devem ser escolhidos por currículo. “Estou convencido que tentar mexer no Supremo  é um atraso que a sociedade brasileira já conhece muito bem”, disse.

Bolsonaro afirmou que se compromete a não apoiar propostas de mudanças. “No momento, o PT tem sete ministros. Eu tenho dois. Se eu ficar, vou indicar mais dois. Está feito o equilíbrio”, pontuou.

Posteriormente, questionados sobre o relacionamento com o congresso, os candidatos se esquivaram dos supostos esquema de compra de parlamentares.

Bolsonaro afirmou que foi contrário ao orçamento secreto, mas teve veto derrubado, e não tem nenhuma relação com a estratégia. Ele afirmou também que parlamentares da oposição estariam no esquema. “Eu queria que fosse verdade e que o orçamento estivesse nas minhas mãos. Eu faria melhor uso dele”.

Já Lula não respondeu sobre sua suposta negociação com o ‘Centrão’ e propôs a criação de um orçamento participativo. “Pra enfrentar o orçamento secreto, vou criar o Orçamento Participativo. O povo vai dar opinião”, disse.

Os candidatos também foram indagados sobre propostas para lidar com a defasagem educacional. O ex-presidente Lula propôs focar na recuperação dos alunos com desenvolvimento atrasado pela pandemia. “Vamos ter que fazer um mutirão para que as crianças possam aprender aquilo que não foi possível na pandemia. Os pobres e os negros aprenderam menos”, afirmou.

Já o presidente Bolsonaro afirmou que não concordou com a paralisação das aulas presenciais por dois anos, durante a pandemia. Ele disse também que irá implementar o FIES técnico profissional, permitindo que o estudante saía com uma profissão.

Iniciando o segundo bloco do debate, Bolsonaro questionou Lula sobre seu suposto envolvimento no ‘Petrolão’, esquema de corrupção na Petrobrás. O presidente disse que o petista “dividiu o dinheiro da corrupção com amigos”.

Lula defendeu que a estatal não deveria ter sido afetada economicamente e afirmou que os casos de corrupção foram descobertos porque havia transparência. “Se houve corrupção na Petrobras, prendeu-se o ladrão que roubou. E isso ocorreu porque houve investigação”, afirmou.

Lula também falou sobre os decretos de sigilo de 100 anos emitidos por Bolsonaro. “Eu vou ganhar as eleições e no dia 1º de janeiro vou quebrar o seu sigilo e mostrar para o povo brasileiro porque você esconde tanta coisa”, afirmou.

Bolsonaro, por sua vez, questionou novamente o envolvimento do ex-presidente em esquemas ilícitos. “Lula, sabe porque houve roubalheira na Petrobras? Porque você fez um leilão em troca de apoio no parlamento”, afirmou o candidato à reeleição.

Com informações da Redação